A maldita PEC 287 é vendida na mídia, e na propaganda do governo federal (paga com dinheiro público), como Reforma da Previdência, mas, na verdade, não deveria ser chamada assim, afinal reforma é sempre um movimento para melhor. Talvez fosse mais apropriado chamá-la de PEC do desmonte da previdência ou da implosão da previdência pelos terríveis efeitos que ela trará para a vida dos trabalhadores.

Depois de quase chegarmos na situação de pleno emprego em nosso país, na qual a classe trabalhadora estava com força, inclusive para lutar por melhores salários (um exemplo disso é o caso do nosso PCCS), os donos do capital decidiram que era hora de mudar essa situação passaram a promover o que eles chama de reformas estruturais, mas que na verdade têm um objetivo muito claro: dobrar os trabalhadores e criar uma massa gigantesca de desempregados para regular os salários dos que estão empregados, aumentando assim seus lucros.
Afinal, que sentido faz elevar a idade da aposentadoria quando estamos entrando na era da automação da produção, na qual a utilização ostensiva de máquinas aliadas aos computadores vão acabar com muitos e muitos empregos.

O relator desta PEC, deputado Arthur Maia (PPS-BA), não satisfeito com tudo de ruim que essa proposta traz, busca piorá-la, golpeando duramente os aposentados que trabalham em empresas estatais, ao impedir que estes continuem em seus empregos.

Tirar o trabalho de uma pessoa é tirar sua dignidade. É dizer que ela não tem mais serventia. Como canta Ivone Lara “Negro sem emprego fica sem sossego”.
Afinal, ninguém continua trabalhando após estar aposentado, depois de uma vida toda de labuta, porque quer, mas por necessidade. Muitas vezes nem própria, mas de sua família, de seus filhos, netos, etc.

Além disso, a Casa da Moeda e as demais estatais perdem muito com essa história, pois a experiência dos nossos companheiros e companheiras mais antigos é de grande valor, assim como a interação entre os que já estão com seus cabelos brancos e os mais novos.

Nada deve parecer impossível de mudar, já dizia o poeta Bertolt Brecht, mesmo quando nossos inimigos parecem estar no ápice da sua força. Com certeza, nós trabalhadores saberemos dar uma resposta a toda essa situação.