O ano de 2020 ficará marcado na história dos trabalhadores (as) da Casa da Moeda como um período de luta e resistência. Lutamos com todas as forças para manter a nossa empresa 100% pública e soberana. Uma luta dura e com muitos sacrifícios. Chegamos ao final do ano de 2020 com o sentimento de dever cumprido. A Casa da Moeda do Brasil continua sendo pública, uma empresa do povo brasileiro, para o povo brasileiro. Em 2021, não iremos recuar até alcançar a revogação do decreto 10.054/19, que inclui a CMB no rol das empresas a serem privatizadas. Só a revogação trará a tranquilidade de que a CMB estará salva.
Sabemos que não foi um ano fácil. Resistimos a diversos ataques do Governo e da antiga diretoria, que culminaram em cortes nos direitos históricos, duramente conquistados ao longo dos anos. Além dos cortes substanciais no salário do trabalhador, a antiga diretoria ameaçava com a possibilidade de demissão. Concomitante a isso, a grande mídia divulgava dezenas de Fake News contra os moedeiros e o serviço público em geral. Resistir a esses ataques foi uma luta árdua e, em muitas das vezes, com forças desproporcionais. No final nada pôde superar a força e resistência do trabalhador, que deve ser parabenizado por toda mobilização e união durante o ano de 2020. Podemos dizer que resistimos a todas as investidas contra a empresa, começando cedo, logo em janeiro.
No dia 10 de janeiro, a categoria, espontaneamente, fez um movimento de ocupação que repercutiu em todo o País. Os moedeiros devem se orgulhar da criação de um movimento vanguardista em defesa dos interesses dos trabalhadores e da Casa da Moeda pública e soberana. A ocupação da CMB aconteceu após uma fatídica entrevista do diretor Fábio Rito para a Globo News, em que defendia a venda da empresa e a demissão de funcionários. No mesmo dia, o diretor conduziu coercitivamente um funcionário até a sua sala. As atitudes do diretor fizeram com que todos os funcionários da empresa ocupassem o prédio da administração da Casa da Moeda do Brasil — algo nunca visto nos 326 anos de história da empresa.
As mobilizações se mantiveram fortes e resultaram numa greve geral no dia 03 de fevereiro. A categoria moedeira paralisou todas as máquinas da Casa da Moeda — foram 24 horas sem produzir um único centavo. Os trabalhadores protestaram durante o dia na porta da empresa contra todos os ataques e a retirada de direitos — mais um dia histórico para a categoria moedeira.
A luta não parou por aí. Ocorreram manifestações no museu da Casa da Moeda durante uma reunião do Conselho de Administração (CONSAD); em Copacabana; no Centro da Cidade, e em diversas batalhas em favor do trabalhador e da Casa da Moeda.
Tivemos outra grande batalha, dessa vez no campo político, em Brasília: as audiências públicas sobre a MP 902. De um lado, a ala liberal do Governo, liderada pelo ex-Secretário de Desestatizações, Salim Mattar, e com o apoio do então presidente da Casa da Moeda do Brasil, Eduardo Zimmer, que se portou como um representante dos interesses escusos desse grupo e de empresas que queriam destruir a Casa da Moeda, tinham a intenção de criar subterfúgios para vender a empresa. Zimmer defendia a quebra da exclusividade da Casa da Moeda, enquanto apresentava números distorcidos da empresa e ameaçava o emprego de, aproximadamente, 500 funcionários. Do outro lado, tínhamos os defensores da Soberania e da Casa da Moeda do Brasil Pública: o Sindicato Nacional dos Moedeiros, os representantes da sociedade civil, os deputados e os senadores. Todas essas articulações e mobilizações do Sindicato e dos moedeiros foram fundamentais para que a empresa pudesse chegar 100% pública até o final de 2020.
Não podemos deixar de mencionar a visita técnica que os parlamentares da MP 902 fizeram à Casa da Moeda. A reunião com os trabalhadores, no auditório, foi fundamental para um parecer favorável do relator, senador Nelsinho Trad, em defesa da Casa da Moeda. Tivemos também a brilhante atuação da presidente da comissão, deputada Benedita da Silva, que sempre esteve ao nosso lado, assim como o incansável deputado Glauber Braga e o presidente da Frente Parlamentar Mista em defesa da Casa da Moeda do Brasil, deputado Chico D’angelo.
Ressaltamos o orgulho que temos em representar as Moedeiras e os Moedeiros — uma categoria forte e vanguardista.
Estaremos juntos sempre em defesa dos direitos dos trabalhadores e da Casa da Moeda. O próximo ano será um ano de retomada de direitos para os moedeiros.
Só o moedeiro sabe a responsabilidade e a importância de trabalhar na Casa da Moeda do Brasil, uma empresa tricentenária responsável pela soberania monetária do País.
Um Feliz Natal e um Próspero 2021 a todos.
Estaremos sempre juntos, pois JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!
Diretoria de Comunicação | Sindicato Nacional dos Moedeiros
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