O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), assim como o deputado Deley (PTB-RJ), participou das articulações junto ao governo federal para evitar a privatização da Casa da Moeda.

“Nenhum país outorga a outro a prerrogativa de confeccionar a sua moeda. No passado, só um país no nosso planeta privatizou a sua casa da moeda – e depois de sete anos se arrependeu e a recomprou, pagando o triplo do valor. Isso ocorreu com a Alemanha, entre 1940 e 1942”, contou o parlamentar.

Marquezelli destacou que a Casa da Moeda não tem problemas financeiros devido à má-gestão, e sim à deficiência de caixa causada pela falta de agamento do próprio governo federal.

Cigarros

Uma das dívidas cobradas do governo é decorrente da falta de repasse dos recursos relativos ao sistema de controle de cigarros, afetado não só pela Desvinculação de Receitas da União (DRU), mas também pelo contingenciamento de despesas e que somaria em torno de R$ 250 milhões.

Outra está relacionada à suspensão do Sistema de Controle de Bebidas (Sicobe) pela Receita Federal em 2016, que teria derrubado as receitas da companhia em mais de R$ 700 milhões.

“A Casa da Moeda deu prejuízo no ano passado, porque o governo não pagou a conta. O governo deve R$ 750 milhões à estatal. Cito um exemplo: para emitir um passaporte, a Casa da Moeda cobra do governo R$ 75. Ele vende o passaporte ao cidadão a R$ 250 e não repassa o que deve à Casa da Moeda”, declarou Marquezelli.

Segundo o deputado, se o governo tivesse quitado sua dívida em 2017, a Casa da Moeda teria concluído aquele ano com um lucro de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões.

“É uma instituição importante para o País. Imagina se ficasse nas mãos dos argentinos, dos chineses, do PCC [Primeiro Comando da Capital]?”, questionou.

História

A Casa da Moeda do Brasil foi fundada em 8 de março de 1694 pelo rei de Portugal D. Pedro II, com o objetivo de atender à demanda de fabricação de moedas no País.

Há 324 anos, a empresa pública é responsável pela produção do dinheiro no Brasil. O complexo industrial, localizado em Santa Cruz, na zona oeste do Rio, é um dos maiores do gênero no mundo. No local, funcionam as três fábricas da empresa – de cédulas, de moedas e gráfica.

Att

Diretoria de Comunicação do SNM