Em um movimento que contrariou o interesse de milhões de trabalhadores, o Senado Federal aprovou, na terça 11 de julho, a reforma trabalhista, que foi, dois dias depois, sancionada por Temer.
A matéria foi encaminhada sem que a discussão fosse esgotada e aproveitando-se de um momento no qual todo o noticiário está focado nos casos de corrupção do presidente e seus ministros.
Temer vê essa reforma como uma tábua de salvação para seu governo, pois sendo útil aos grandes empresários diminui a pressão sobre o governo e aumenta as possibilidades de que as graves acusações contra si terminem em pizza.
Distribuindo cargos e dinheiro, o presidente ilegítimo demonstrou porque ainda se mantém no poder e conta com o apoio dos setores empresariais e da mídia.
A sessão permaneceu bloqueada por seis horas por causa de um protesto das senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN) e Regina Sousa (PT-PI).
Gleise Hoffman questionou a legitimidade do atual Congresso para decidir contra os trabalhadores:
“Uma vergonha o que os senhores estão fazendo aqui, agora, para que o trabalhador pobre possa passar a ganhar menos de um salário-mínimo. Gente que tem dinheiro, os senhores são do andar de cima da sociedade, a maioria aqui é empresário, e se não é empresário, é da aristocracia do serviço público. Quantos aqui passaram fome na vida? Quantos aqui sacolejaram 40, 50 minutos, uma hora para ir trabalhar? Quantos daqui já levaram uma marmita para o seu trabalho? Quantos daqui precisaram recorrer à Justiça do Trabalho para ter reconhecido um único direito?”
Temer, o primeiro presidente em exercício a ser investigado por um inquérito da Polícia Federal, teve a ousadia, sem legitimidade, de sancionar e desfigurar algo tão sagrado para nós quanto a CLT (13º, férias, horário de almoço, etc), conquista histórica que nossos avós nos deixaram de herança.
O objetivo, apesar de todas as mentiras, enfeitadas com palavras bonitas como modernização e flexibilização, é apenas favorecer a ganância dos empresários e do sistema financeiro às custas dos trabalhadores.
Como definiu o presidente da CUT, Vagner Freitas, a reforma significa “demissão, fim do emprego formal e legalização do bico. (…) A proposta que está sendo votada no Senado acaba com o emprego formal”.
O Sindicato Nacional dos Moedeiros repudia fortemente a aprovação dessa PEC, que junto com a Reforma da Previdência representa perdas de direitos e levará ao aumento do desemprego e da miséria em nosso país.
Essas duas reformas foram os alvos principais das greves gerais que pararam o país no dia 28 de abril e 30 de junho. Nós, trabalhadores, exigimos a anulação dessa medida, assim como a revogação da vergonhosa Lei das Terceirizações.
Diretoria de Comunicação
Comentários