A equipe liberal do ministro Paulo Guedes sofreu mais duas baixas nesta terça-feira (11). O Secretário Especial de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, pediu para sair devido à insatisfação com o ritmo das privatizações. Junto a Salim, Paulo Uebel, Secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, também informou sua saída. Uebel tratava da reforma administrativa e era o responsável por colocar a granada de Paulo Guedes no bolso do funcionalismo público. O ministro Guedes citou que está ocorrendo uma debandada no Ministério.
As baixas na equipe colocam em xeque a agenda liberal de Jair Bolsonaro. A pressão e a movimentação que a sociedade tem feito contra as privatizações e contra o avanço do Governo na retirada dos direitos dos trabalhadores são fatores que impedem o prosseguimento da agenda infanto-liberal. Neste ano já entregaram os cargos Mansueto Almeida, Secretário de Tesouro, Caio Megale, Diretor de Programa da Secretaria Especial de Fazenda, e Rubem Novaes, Presidente do Banco do Brasil.
Em entrevista realizada para a Globo News, Salim Mattar alegou vários motivos para o seu pedido de demissão, entre eles, a lentidão, a burocracia, a insatisfação com o ritmo da privatização e a soberania do Congresso, que possui o poder de barrar as privatizações – como, por exemplo, com o fim da MP 902/2019, em que o Congresso disse não à privatização da Casa da Moeda.
Salim mencionou diversas vezes que a privatização é uma questão política e, por isso, teve muita dificuldade em dar andamento ao seu projeto de privatização. Salim Mattar só esqueceu de mencionar que o Congresso deve representar o interesse do Povo e não de tecnocratas que vendem uma ideia de que ser liberal é vender empresas públicas e acabar com o direito dos trabalhadores. Ao barrar a privatização da Casa da Moeda, o Congresso Nacional está representando o anseio de 70% da população brasileira, que é contra a privatização.
Apesar de sua saída, ainda que tardia, da Secretaria de Desestatização, Mattar disse que deixou 14 empresas prontas para serem privatizadas em 2021. Mattar demorou 19 meses no cargo para entender que a sociedade não quer a privatização.
Com a saída de Mattar e Uebel, é bem provável que seus “afilhados”, dentre eles os diretores da Casa da Moeda do Brasil e outros secretários, entreguem seus cargos políticos. A fracassada agenda liberal de Guedes e de seus infanto-liberais vem ruindo a cada dia e já é ventilado pelos corredores de Brasília que o ministro está próximo de sair.
Paulo Guedes disse que vai acelerar as reformas: “Nós vamos privatizar, nós vamos insistir nesse caminho, nós vamos lutar, nós vamos destravar os investimentos”. Um brado já sem força e sem muito sentido.
O Brasil atravessa muito mal a pandemia. A sociedade não quer a privatização e a retirada de direitos. A turma de Chicago parece não enxergar que só existem duas soluções: ou abandonam a agenda liberal, ou abandonam o cargo. A população precisa de medidas que vão gerar empregos e renda. Nunca na história desse País foi tão importante apoiar e implementar os fundamentos da teoria keynesiana.
Tchau, querido.
Diretoria de Comunicação SNM
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