Por Beatriz Perez

Rio – A Casa da Moeda do Brasil (CMB) demitiu 212 funcionários por telegrama no fim da tarde desta sexta-feira. A justificativa para o corte foi a redução de custos e sustentabilidade empresarial, segundo informou a CMB ao DIA por meio de sua assessoria. De acordo com o Sindicato Nacional dos Moedeiros, num ofício enviado pela presidência da Casa, o órgão decidiu adotar um Plano de Desligamento de Empregados.

A Casa da Moeda decidiu demitir funcionários aposentados e habilitados a se aposentarem pelo INSS. A escolha foi justificada pela ‘preocupação em diminuir o impacto social da medida’. O presidente do sindicato da categoria, Aluízio Junior, encarou a escolha como discriminação e disse que o sindicato vai tentar reverter o Plano de Desligamento na Justiça. Com a medida, segundo a assessoria, a economia será de mais de 50 milhões de reais por ano.

“Vamos buscar restabelecer os funcionários demitidos. Acredito que vamos ter êxito porque a decisão configura preconceito geracional.” Aluízio classificou o ato como desrespeitoso.

“Vários profissionais não receberam o telegrama com o comunicado, vieram ao trabalho nesta segunda-feira e protagonizaram uma cena deprimente, pois não imaginavam que seriam tratados desta forma”, criticou.

Telegrama foi enviado comunicando a demissão aos funcionários. Muitos não receberam a notificação e foram ao trabalho nesta segunda-feira. – Reprodução

A CMB reitera que considerou que a forma com menor dano social estaria relacionada aos requisitos para ter acesso à aposentadoria pelo INSS. “Não houve qualquer ilegalidade na medida”, diz em nota.

Confira o ofício que comunica o Plano de Desligamento:

Ofício da Casa da Moeda do Brasil comunica demissão de 212 empregados ao Sindicato Nacional de Trabalhadores da Indústria Moedeira – Reprodução

Perda de Receitas 

A Casa da Moeda ressaltou no ofício que as demissões são resultado das perdas de receitas, que nos últimos dois anos reduziram o faturamento em cerca de R$1,4 bilhão por ano.

O sindicato acusa o governo de provocar as perdas financeiras. “A gente tem convicção de que o governo, que é sócio público da Casa da Moeda, retirou recursos da instituição em 2016 quando descontinuou o sistema de controle de bebidas (SICOBE), importante fonte de receitas da Casa”, diz o presidente do sindicato, Aluízio Junior. Ele também aponta o efeito da Desvinculação de Receitas da União (DRU), em 2016, como responsável pelas perdas da Casa da Moeda, que foi impactada em mais de R$ 500 milhões naquele ano, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Moedeiros, Aluízio Junior.

Em nota, a CMB concorda que, em 2016, perdeu uma importante fonte de receita com a descontinuidade do SICOBE. “Embora outras linhas de negócio ativas e outras estejam sendo desenvolvidas, o redimensionamento do quadro de pessoal se mostrou imprescindível para a sustentabilidade empresarial”, diz.

A Casa da Moeda afirma que o ajuste no quadro de empregados foi planejado e que as demissões não vão impactar negativamente as atividades da CMB. O sindicato teme por um déficit de mão-de-obra na empresa pública.

 Casa da Moeda demite 212 funcionários, alegando crise financeira

Ofício da Casa da Moeda do Brasil comunica demissão de 212 empregados ao Sindicato Nacional de Trabalhadores da Indústria MoedeiraREPRODUÇÃO

Telegrama foi enviado comunicando a demissão aos funcionários. Muitos não receberam a notificação e foram ao trabalho nesta segunda-feira.REPRODUÇÃO

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